«Os Verdes» questionaram, na passada semana, o Ministério do Ambiente sobre as causas das recentes descargas poluentes no Alviela, no concelho de Santarém, e sobre o cumprimento do protocolo assinado em 2009, que deveria solucionar o problema da poluição do rio.

A pergunta, entregue na Assembleia da República pela deputada Heloísa Apolónia, refere a existência de descargas poluentes recorrentes no último mês, que «têm deixado desesperadas as populações ribeirinhas», e aponta em concreto a ocorrida no passado dia 5, «com as águas cheias de espuma e com enormes manchas de cor amarelada».

Segundo a deputada, a responsabilidade pelas descargas é atribuída pelas populações à estação de tratamento de águas residuais (ETAR) de Alcanena, cuja melhoria faz parte de um protocolo assinado em Junho de 2009 entre o então INAG – Instituto Nacional da Água, a Administração Hidrográfica Regional-Tejo, o município de Alcanena e a associação que gere a ETAR (AUSTRA), e que continua por cumprir «em grande parte».

No requerimento, «Os Verdes» lamentam que os financiamentos que estavam previstos para as obras de melhoria de eficiência da ETAR tenham alegadamente sido «desviados para outros projectos» e que a reabilitação da célula de lamas não estabilizadas da ETAR de Alcanena «continue a aguardar (desde Março de 2011) decisão do Tribunal de Contas».

Por outro lado, apontam, a empreitada da remodelação da rede de colectores de águas residuais, a remodelação da ETAR e a unidade de tratamento das «raspas verdes», da responsabilidade da AUSTRA e da Câmara Municipal de Alcanena, aguardam aprovação das respectivas candidaturas a fundos comunitários.

«Os Verdes» querem também saber por que razão não houve actualização da informação contida na página da Agência Portuguesa do Ambiente, cujo último relatório disponível data de Março de 2011, e que «medidas urgentes» pretende o Ministério tomar para «acabar de vez com as descargas poluentes e que são recorrentes».

Mau cheiro

Na mesma semana, o Colectivo Regional do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) de Santarém foi alertado pela Câmara de Alpiarça para a poluição das águas da Vala Real de Alpiarça, na zona do Carril. De imediato, «Os Verdes» percorreram a referida Vala Real até ao ponto em que deixaram de encontrar águas negras e com extremo mau cheiro, ponto este localizado na Ribeira de Ulme, sítio que parece ser o local de origem da contaminação, junto à fábrica de papel Fapulme. Esta situação de poluição é particularmente visível e detectável, com cheiro muito intenso, debaixo da Ponte dos Capelos, na Ribeira de Ulme, concelho da Chamusca.

O PEV solicitou ao Comando Territorial de Santarém o envio urgente de uma brigada para averiguar a situação exposta, para que sejam tomadas as medidas de forma a pôr fim a este crime ambiental que terá repercussões negativas no ecossistema da Vala Real de Alpiarça, bem como na zona envolvente.